No final do sonho
…teu sorriso terminou quando os teus olhos encontraram os meus. Mesmo de longe eu vi que o êxtase também a atingiu.
E os nossos olhares em encontro eram capazes de acabar com tudo e com todos.
…teu sorriso terminou quando os teus olhos encontraram os meus. Mesmo de longe eu vi que o êxtase também a atingiu.
E os nossos olhares em encontro eram capazes de acabar com tudo e com todos.
Se fosse contar minha vida, contaria de trás pra frente.
Todas minhas perdas seriam ganhos e minha morte seria nascimento.
Abriu os olhos e olhou assustada!
Ele estava ali. E uma poça de baba no travesseiro.
Dormiu. Aliviada.
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Abre os olhos novamente. Agora com medo de olhar.
Continua olhando para o teto. Chora.
Lembra de quando sonhava acordada com o calor do corpo dele.
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Abrirá os olhos.
Decidirá: sonho ou realidade?
(pensativa no café da manhã.)
Depois da segunda, sacou o celular, abriu as mensagens e escorregou o dedo sobre a tela para buscar a última mensagem que tinha mandado para ela. Deslizou, deslizou e deslizou.
No caminho, viu o nome de muitas outras que apareceram no caminho entre hoje e a última mensagem dela. Parou, chegou no seu nome junto de uma foto de barco com um céu azul de dar inveja, uma foto tirada no último verão.
Hoje era aniversário dela e por mais incômodo ou ao menos inconveniente que fosse, achava certo mandar parabéns. Quem não gosta de parabéns? Ele sempre gostou de receber.
Esse é o terceiro aniversário desde que se conheceram: no primeiro ainda a relação era muito jovem. Foi um telefonema rápido, ela estava viajando. No segundo a relação já estava na UTI com morte cerebral decretada. Foi uma mensagem de amor (daquelas bem clichê) e uma ligação às 7 da noite. Ela estava dirigindo e disse que ligava novamente. Ligou. E conversaram um pouco. Hoje, estava escrevendo uma mensagem simples, desejando saúde e felicidade. As duas coisas que ele gostaria mais de oferecê-la em toda a vida…Mandou. Exatamente às 7 da noite, novamente.
Primeiro check verde.
Os amigos falavam sobre viagens e cervejas belgas na mesa. De uma última viagem à Bruxelas e os melhores bares e Pubs da cidade.
Segundo check verde.
Lembrou de muitas coisas de sua vida junto dela e uma lágrima quis pular. Segurou. Falou que estava indo no bar e que pegaria a terceira.
Foi ao banheiro antes enxugar a cara. Agora sua mensagem era a última, nem precisava mais deslizar a tela. “Será que ela leu?” Pensou. Abaixo de seu nome apareceu que a última vez online dela era às 7:20, ou seja, ela leu a mensagem.
Colocou o celular no bolso e foi ao bar pedir mais cervejas. Pediu as suas e outras que os amigos tinham lhe pedido para pegar. Enquanto o garçom enchia os copos, checou o celular de novo. Estava ali o nome dela com uma mensagem. Guardou o celular no bolso, voltou à mesa e entregou as cervejas. Falou que iria lá fora na área de fumantes para tomar um ar.
Leu a mensagem, foi um agradecimento de uma maneira formal, do tipo com carimbo de cartório. Sem nada de mais, apenas uma carinha feliz no final.
Soltou aquela lágrima presa em seus olhos.